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Salvador,08/06/2025

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Restaurantes apoiam 99Food e Keeta para fim de 'monopólio' do iFood

Reinado do iFood pode estar com os dias contados.


Restaurantes apoiam 99Food e Keeta para fim de 'monopólio' do iFood

O monopólio de império absoluto do iFood parece estar com os dias contados desde o anúncio do retorno da 99Food, da reestruturação do Rappi e da futura chegada da Meituan, empresa chinesa que também promete aquecer o setor de delivery no Brasil.


O movimento das concorrentes busca atrair novos estabelecimentos e tem sido amplamente apoiado por entidades ligadas aos empresários, como a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).


De acordo com o presidente da Abrasel na Bahia, Leandro Menezes, a instituição tem apoiado e trabalhado em conjunto com as concorrentes para “quebrar o monopólio” do iFood:


“Temos hoje um grande problema no mercado, que é esse domínio absoluto, quase um monopólio do iFood. Isso gera vantagens para a plataforma, pois, ao estar sozinha no mercado de delivery, acaba cobrando mais — tanto do cliente quanto do restaurante — e remunera menos o motoboy. Ou seja, consegue monopolizar o setor por falta de concorrência”, afirmou.


 "Uma das ações que lançamos agora, justamente para equilibrar mais o mercado, foi o reinvestimento da 99Food e do Rappi, que são dois players que tentaram se estabelecer anteriormente, mas não conseguiram", acrescentou.


99FOOD E RAPPI NO MERCADO:


No dia 16 de maio, a 99 anunciou o retorno da 99Food, sua plataforma de entrega de comida, cuja operação havia sido encerrada em 2023.


Para se restabelecer no mercado, a empresa lançou um plano de investimento de R$ 1 bilhão, com o objetivo de transformar a 99 em um superapp. Além disso, oferecerá isenção de comissão e mensalidade por dois anos para os restaurantes cadastrados.


Em meio à “guerra do delivery”, o Rappi também se movimentou para ganhar espaço, oferecendo isenção de taxas por tempo indeterminado. A startup colombiana decidiu cobrar apenas as taxas dos meios de pagamento para novos usuários que utilizarem a plataforma no modelo full service, em que o Rappi é responsável pela logística da entrega.


ALTAS TAXAS NO IFOOD:


Atualmente, o iFood cobra comissões elevadas dos restaurantes, que variam entre 12% e 23%, conforme o plano contratado. Há ainda uma taxa de 3,2% para pagamentos online e uma mensalidade para empresas com faturamento acima de determinados valores. O total de encargos pode chegar a 32%, em média.


Com a chegada de concorrência real, a Abrasel acredita que o iFood precisará rever a sua atuação no mercado, o que trará impactos positivos para o setor. Leandro aponta possíveis mudanças que a empresa deverá adotar:


Melhor remuneração aos motoboys;

Redução das taxas;

Atendimento mais digno aos clientes;

Melhor suporte para os restaurantes;


“Apostamos muito nessas mudanças. Reconhecemos o valor do iFood para muitos restaurantes e para o mercado em geral, mas entendemos que a ausência de concorrência é prejudicial a qualquer setor, não apenas à alimentação fora do lar", salientou.


CHEGADA DA MEITUAN:


Além dos novos projetos no mercado, há também a chegada de novos competidores, como a gigante chinesa Meituan, que, na última segunda-feira, 12, confirmou que iniciará operações de entrega de comida no Brasil por meio do aplicativo Keeta ainda este ano.


A plataforma conta com mais de 770 milhões de usuários ativos e impressionantes 98 milhões de pedidos entregues por dia na China. “No volume de pedidos, eles têm uma média diária superior ao que o iFood registra em um mês. Isso se deve, em grande parte, ao tamanho da população chinesa", afirmou o presidente da Abrasel.



Ele completou: "O ideal é que tenhamos três ou quatro empresas concorrendo, o que torna o mercado mais saudável para restaurantes, entregadores, clientes e para as próprias empresas, que também precisam lucrar com suas operações".


Apesar da disputa, a Abrasel negou que incentive um boicote ao iFood. O objetivo, segundo a entidade, é criar um ambiente mais justo para todos os envolvidos.


“Não queremos o fim do iFood, mas sim o fim da concentração. Com concorrência real, todos ganham: o restaurante, o entregador, o cliente e o próprio setor de tecnologia”, finalizou.


IFOOD SE POSICIONA:


A reportagem procurou o iFood para esclarecer o cenário. Sobre monopólio, o iFood reforça que a afirmação de que detém mais de 90% do mercado não é verdadeira.



"Somos uma empresa brasileira que se adaptou ao longo dos últimos 14 anos a competidores regionais e internacionais. O mercado de delivery já é altamente competitivo e pulverizado. Cerca de 65% dos pedidos de delivery no Brasil ainda acontecem pelo WhatsApp, telefone e aplicativos próprios dos restaurantes", declarou. 



A empresa afirmou ainda que apoia o mercado competitivo em prol do amadurecimento do delivery no País.


"Valorizamos o impacto positivo que podemos gerar e sabemos da nossa responsabilidade de colaborar para o desenvolvimento de todos os agentes do setor: entregadores, lojistas parceiros e consumidores. O ecossistema do iFood gera mais de 900 mil postos de trabalho diretos e indiretos em todas as regiões do Brasil. Reforçamos o nosso compromisso com a produtividade dos restaurantes, o alcance ao cliente final e o desenvolvimento do mercado de delivery no Brasil", concluiu.




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