JOGADOR NÃO ACREDITA EM CONDENAÇÃO: Bruno Henrique pode pegar mais de 15 anos de prisão por fraude em jogo
Justiça decidirá o destino do jogador réu em processo movido pelo MP

O jogador Bruno Henrique pode ser condenado a mais de 15 anos de prisão, caso a Justiça acolha integralmente, no final do curso processual, a denúncia apresentada pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) contra o atacante do Flamengo.
Bruno foi denunciado pelos crimes de manipulação de resultado esportivo, estelionato consumado em coautoria e tentativa de estelionato em coautoria.
A pena máxima prevista para os crimes pode ultrapassar 15 anos de reclusão — a mínima de 4 anos. No entanto, como a Justiça ainda não analisou a denúncia apresentada pelo MP — ou seja, ainda não decidiu quais crimes ele poderá ou não responder, caso se torne réu —, não é possível afirmar com precisão a pena aplicável neste momento. A análise da denúncia deve ser feita nos próximos dias pela 7ª Vara Criminal de Brasília.
Os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) afirmam que o atacante agiu com consciência e foi instigado pelo próprio irmão a cometer uma falta e receber um cartão amarelo no confronto entre Flamengo e Santos, em 2023, com o objetivo de beneficiar apostadores.
“Assim, todos os acusados, cientes de que se tratava de um acontecimento já ajustado e encaminhado, efetivaram apostas ‘prevendo’ o mencionado cenário. No dia aprazado, então, 01/11/2023, durante a partida entre Flamengo e Santos, Bruno Henrique realmente cumpriu com a palavra dada a Wander e forçou um cartão amarelo já nos minutos finais da partida, sendo punido, logo depois, com o cartão vermelho, por ter xingado o árbitro”, explicaram os promotores na denúncia.
Um ponto que chama a atenção dos investigadores é o fato de que as contas que realizaram as apostas no atacante eram recém-criadas. Conforme revelado pelo Metrópoles e citado na denúncia do MP, mais de 95% das apostas feitas foram direcionadas especificamente ao recebimento de cartão amarelo por Bruno Henrique.
“Para ser mais específico, no caso da Betano, 98% do volume de apostas para o mercado de cartões foi direcionado para que Bruno Henrique os recebesse — percentual próximo aos 95% identificado pela GaleraBet e compatível com a constatação apresentada pela KTO, de que houve um claro direcionamento para o evento em questão”, destacam os promotores.
Veja a nota da defesa de Bruno Henrique:
“A denúncia oferecida pelo MPDFT, além de inteiramente insubsistente, é manifestamente aproveitadora, dado o contexto em que oferecida, coincidentemente na mesma data em que divulgada a lista de jogadores inscritos para o Super Mundial de Clubes da FIFA, na qual consta o Sr. Bruno Henrique.
Embora a medida do órgão ministerial seja oportunista, a sua defesa esclarece que as indevidas acusações formuladas serão técnica e imediatamente refutadas no processo.”
Denunciado:
A denúncia foi protocolada nesta quarta-feira (11/6) e acompanha o pedido de indiciamento feito pela Polícia Federal (PF), que apontou o envolvimento do atleta e de outras nove pessoas pelos crimes de estelionato e fraude em competição esportiva. O caso foi mostrado em primeira mão pelo Metrópoles.
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